Larissa Maciel encarna a diva das canções de fossa em 'Maysa'

Os olhos profundamente azuis de Larissa Maciel impressionam à primeira vista. Diante da tez alva e do formato do rosto, a atriz ostenta um semblante muito parecido com o da cantora Maysa. A semelhança física foi um dos principais motivos que levou a gaúcha de 31 anos, que nasceu no ano da morte da cantora, a ser escolhida entre mais de 200 atrizes para viver o papel-título da minissérie Maysa.

A trama de Manoel Carlos, que estréia em janeiro na Globo, mostra quatro etapas da vida da cantora, dos 15 aos 40 anos de idade. Para esse mergulho na história de Maysa Figueira Monjardim Matarazzo, que ficou conhecida por entoar composições de fossa, Larissa não só teve uma grande preparação vocal e corporal, como também se aprofundou em pesquisas com o material cedido por Jayme Monjardim.

Além de diretor da trama, que conta com nove capítulos, Jayme, por ser filho de Maysa, cedeu todo o vasto acervo familiar a respeito da cantora para a composição da atriz. "Quando ele me viu pela primeira vez, nem me achou tão parecida com a mãe dele. Disse: 'Como assim? É essa menina que estava no teste?'", diverte-se.

A atriz assegura que as maiores semelhanças físicas com a cantora foram surgindo de acordo com os documentos que analisava, como fotos, matérias, shows e especiais. "Quando você vai trabalhando a energia da pessoa, fica cada vez mais parecida com ela. Assim como a Maysa faz com suas canções, também me sinto transbordando nesse trabalho", entrega-se a atriz, que vai interpretar todas as fases da carreira da cantora.

Ainda que Larissa pareça uma leve miragem de Maysa, a intenção da minissérie não é fazer uma imitação da cantora, mas uma releitura da artista de acordo com a visão do texto do Manoel Carlos, a direção do Jayme e a própria interpretação de Larissa. "Ela vai ser a mistura disso tudo. É uma homenagem para ela. Não tenho a intenção de imitá-la", alerta a atriz que, apesar de cantar, vai dublar as músicas na trama.

Após as aulas de canto, sessões de fonoaudiologia e incansável preparação corporal, Larissa estudou por meses o comportamento intenso e vanguardista da homenageada em seus diários. Segundo Manoel Carlos, nem os momentos de maior depressão, quando Maysa misturava álcool com remédios para dormir e para acordar, serão poupados na minissérie. "Tudo tem sido muito difícil. Ela era tão intensa que até interpretá-la acordando não é fácil", ressalta Larissa. Durante a composição, Larissa pôs todos os textos que recebeu numa minuciosa cronologia para entender os sentimentos e altos e baixos da cantora. "No início, a única coisa que eu sabia é que ela cantava Ouça e Meu Mundo Caiu", assume a atriz.

Como a história da cantora não será contada em ordem cronológica, nas cenas em que Maysa muda de visual, Larissa vai aparecer com diferentes perucas, enchimentos e maquiagem que possa dar a sensação de inchaço no rosto. "Ela era uma camaleoa numa época em que as mulheres não mudavam tanto o comprimento do cabelo", destaca a atriz, que começou sua carreira em 1996.

Nascida no Rio Grande do Sul, ela fez teatro amador desde a infância, até se formar em Interpretação Teatral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, há oito anos. Chegou a fazer diversas peças profissionais no Sul e a participar de curtas e projetos de dramaturgia na RBS, emissora afiliada da Globo. Foi lá que conheceu um produtor de elenco que indicou seu nome para o teste da minissérie.

Sem temer estrear na Globo com um papel tão marcante, Larissa também não se preocupa em ficar estigmatizada pela personagem em sua trajetória. "Quando acabar esse trabalho, vou me esvaziar dela e já estarei pronta para o próximo papel com a mesma vontade", avisa.

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